A gestão Estratégica da Qualidade
Quando falamos do assunto gestão, o termo nos remete a uma série de conceitos e aplicações, a palavra gestão virou sinônimo de gerenciamente, desta forma é comum que nas organizações tenhamos:
- A gestão da qualidade
- A gestão de pessoas
- A gestão da produção
- A gestão de finanças
- A gestão de logística
- A gestão de materiais
- A gestão de marketing
- A gestão da gestão……
Visto desta forma, a gestão de um negócio nos remete ao pensamento cartesiano, onde cada departamento ou setor o negócio, pensa e age de modo a solucionar os seus problemas.
Com a evolução do pensamento a respeito da gestão de negócios passamos a idéia de sistemas de gestão empresarial, onde o objetivo é a busca pela integração das partes.
Os objetivos setoriais/departamentais dão lugar aos objetivos do negócio, mesmo com esta reformulação de posicionamento, os primeiros passos dos sistemas de gestão ainda vêem a empresa como um sistema fechado, onde a solução para seus problemas é
encontrada dentro do seu expectro de atuação.
Porém, a complexidade dos tempos atuais, fez com que a gestão dos negócios tomasse novo rumo. Além da preocupação com a integração dos processo internos, o olhar da gestão voltou-se para o que está acontecendo em torno de si e não mais somente
com o que acontece dentro do negócio.
Esta mudança de percepção na gestão dos negócios foi motivada por uma série de fatores, vamos nos basear no modelo das forças competitivas, elaboradas por Porter:
Clientes: a partir do momento que as empresas passaram a perceber que não importava a qualidade do produto fabricado, mas sim o atendimento das expectativas do cliente, foi dado o primeiro passo para a reformulação nos sistemas de gestão dos negócios.
Concorrentes: a concorrência passou a ser a mola propulsora de mudanças em muitas organizações, devido principalmente, a ter percebido que o importante é atender o cliente em suas necessidades. Nem todos as organizações mudam porque sentem a a mudança de rumos do seu cliente, elas mudam porque são pressionadas principlamente pelo concorrente.
Produtos Substitutos: em todos os negócios sofremos dois tipos de concorrência, a primeira forma é representada pelos concorrentes diretos, tomemos como exemplo os fabricantes de bebidas, temos Coca Cola, Imbev, Pepsi, entre outros; porém o mercado de bebidas também formado por outros produtos tais como, lácteos, sucos, energéticos, que são os produtos substitutos, que concorrem indiretamente com o nosso negócio por um mesmo valor que o cliente tem para consumir.
Fornecedores: os fornecedores representam outro grupo de agentes da mudança, as organizações que já entenderam a importância do relacionamento com seus fornecedores, estão saindo na frente, devido ao grande numero de novas e boas idéias que podem ser desenvolvidas pelos parceiros fornecedores.
Novos entrantes: conhecer a concorrência é conhecer a si mesmo, porém conhecer aqueles que ainda não sabemos que serão nossos concorrentes no negócio é ter visão de mercado. Nos últimos anos vimos empresas dos mais diversos ramos de atividade, diversificando seus ramos de atuação, o grupo Constantino que atuava em transporte de passageiros via terrestre, optou pela aviação; A Votorantim entrou no ramo de Finanças com a BV Financeira; As empresas processadoras de fumo, voltaram-se para o ramo alimentício. A entrada de novos jogadores faz que o jogo mude é preciso estar atento a estas mudanças.
A complexidade na gestão dos negócios não ficou restrita ao gerenciamento dos sistemas internos e a gestão do ambiente de jogo descrito por Porter. Na verdade contínuamos evoluindo e sendo forçados a evoluir para novos sistemas de gestão em função do grande impacto que que outras forças ambientais e eventos pré-determinados estão tendo sobre os negócios.
Cada vez mais governo, legislação, políca, meio ambiente, sociedade e evolução das tecnologias da infomação e comunicação (TIC´s), estão modificando o ambiente onde a empresa atua. Nos dias atuais estamos tão unidos aos problemas globais que desajustes na economia americana, são logo sentidos nas bolsas de valores pelo mundo afora. Do mesmo modo negócios veêm seus mercados serem diluídos diante de uma mudança de legislação que restringe o seu acesso a estes mercados. Gerir o negócio com toda certeza virou um jogo de xadrez para mestres, como nos mostra a figura abaixo.
É preciso compatibilizar os interesses do negócio com o seu ambiente de jogo, afetando e sendo afetado por seus integrantes, adaptando o negócio ás imposições do ambiente legal e global, talvez nunca antes na gestão dos negócios o termo globalização tenha
feito tanto sentido.
A introdução dos conceitos de complexidade e globalização no estudo da qualidade, ajuda-nos a entender por que ao definirmos o conceito de qualidade precisamos pensar em termos de dimensões, pensadores e sua evolução enquanto ferramenta gerencial.